terça-feira, 13 de agosto de 2013

A Leonor e a Margarida

Na foto: a Leonor e a Margarida no recreio da escola

A Leonor de repente desistiu de olhar as casas e as pessoas que o carro deixava para trás e perguntou:
— Posso dar o teu número de telemóvel à Margarida?
— Para quê? – perguntei distraído da conversa.
— Ela vai viver para Guimarães e assim pode telefonar-me.
Calei-me eu e a Leonor. As casas e as pessoas da viagem estacaram. A Margarida também vai embora. Parece que, de uma vez só, toda a gente decidiu mudar o cenário das suas vidas. É a “mobilidade estatutária” transformada em esperança imposta.
Coitado do País. Coitadas da Leonor e da Margarida que cedo vão perceber a contingência de os dias nem sempre sucederem aos dias.
Os homens são maus – mas elas ainda são muito novas para saber isso.