quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Maria Leonor


A Leonor faz hoje oito anos. Eu faço dezoito. Ou vinte e oito. Ou trinta e oito. Ou mais. Nem sei. Só sei que também faço hoje anos. Nem de outra forma poderia ser. Quando um filho faz anos os pais também fazem. Começam outra vez. São outra vez. Com a esperança renovada. Pelo menos de serem tão bonitos como os seus filhos. Com o mesmo brilho nos olhos. Com o mesmo sorriso nos lábios.
Quase e nunca preparados para serem substituídos. Mas com a esperança de um dia os filhos serem eles outra vez. Se possível melhores que eles.
É aqui que a Leonor entra na minha história. A Leonor que faz hoje anos vai ser melhor do que o pai. O tal que também faz hoje anos. Mais bonita, mais inteligente, tão feliz. É vê-la a fazer contas, a falar no skype com as amigas, a comandar tudo e todos. E, principalmente, a olhar. Não deixa dúvida alguma.
Estamos, por isso, de parabéns os dois. Apenas um bocadinho mais a Leonor. Por uma única razão: ela faz oito anos. Está a começar a vida. O pai nem tanto. Maldito calendário. Bendita Leonor. Meu amor.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O meu pai


O meu pai faz hoje anos. Não muitos. Apenas os necessários para viver muitas coisas. Uma boas outras nem tanto. Mas viver. De modo pleno. Como convém viver. Sem tibiezas ou medos de não ser assim. A vida é isto. Ou deveria ser. Um percurso cheio de pedras no caminho que se contornam ou se moldam nas nossas mãos. Fazendo-as nossas. Trazendo-as para o nosso lado. Para que juntas à beleza de tudo o resto preencham o cenário das nossas vidas. O mar, as mulheres, as palavras escritas sabem de tudo isto. Parabéns, meu querido pai.