Tarde
de Primavera. A esplanada cheia. Quase só mulheres. Jovens de saias
arregaçadas. Nas mesas as cervejas acompanhadas de tremoços. Não me apetece
cerveja. Mas os tremoços... Ao tempo que não os como! Chamo a empregada. Faz
favor, quero coca-cola zero e um pratinho de tremoços. O pedido é aprovado com
a simpatia característica de quem é novata no negócio. Não demorou muito tempo
a resposta de mãos vazias. A gerente, matrona por vocação, dá o recado à
empregada e ao cliente que ouve a sentença por entre as mesas e as saias
arregaçadas: tremoços só com cerveja. Em nenhum momento eu tinha perguntado
pelo preço dos ditos cujos. Se custavam dois, três ou cinco euros. Eu pedi
tremoços. A coitada da empregada a olhar para mim envergonhada. Disse-lhe que
queria uma coca-cola zero, tremoços e cerveja. A rapariga respirou aliviada. E
eu feliz naquela esplanada de Primavera com moças de saias arregaçadas, a beber
a minha coca-cola, a comer tremoços e a olhar para a garrafa da cerveja que
deixei intacta, a pensar na sede da mãe que pariu a gerente matrona.
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