quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Matilde de Barros


Quatro apontamentos muito rápidos em dia do aniversário dos teus 16 anos:

1 - Felizmente que não te lembrarás, mas os dias em que me tinha de despedir de ti, tu parada no passeio, bonita e pequena, com um casaco de pêlo castanho e os olhos inquietos e fundos no teu rosto, são facadas que a sociedade em movimento espetou durante um tempo no meu peito. 
2 - Não existe a amizade. Existe o amor. Um dia explico-te melhor isto. Mas e os amigos que eu tenho? Se tens um forte sentimento por eles, então, minha filha, isso é amor. É algo de muito mais forte que a chamada amizade (embuste hipócrita que alguns insistem em confundir). E a este nível pode amar-se o homem do talho, a colega da carteira ao lado, a cabeleireira que gosta de nós, a médica que nos acompanha desde sempre.
 
3 - Mas e aquele, o tal rapaz? Também é amor o que sinto por ele, não é? Sim, Matilde. Mas não te esqueças: Em média (investigada por mim), os homens e as mulheres apaixonam-se entre 11 a 2363 vezes por vida. Os padres apenas entre 33 a 62 vezes. E nalgumas ocasiões somos felizes no amor, noutras nem tanto. Sendo que em muitas alturas aqueles que nos menosprezaram andam mais tarde o tempo todo atrás de nós. Mesmo que os enxotemos. É tão difícil o amor. O melhor é vivê-lo no momento. Até um dia...

4 - Por último, um pedido: quando um dia tivermos de nos despedir outra vez, em pleno século XXII, veste o casaco de pêlo castanho e os olhos fundos no teu rosto. Nessa altura sorrirei olhando como se fosse a primeira vez a tua beleza e a tua bondade em seres minha filha. 

Parabéns, Matilde. 


(Escrito à pressa e com pressa)

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Teodora, meu amor


Periquete orgamástico da Teodora.