sexta-feira, 27 de maio de 2016

O vulgar e o diferente


Não gosto da vulgaridade. Por isso é que prefiro aqueles que têm uma ponta de loucura. Que fazem aquilo que não é esperado fazerem. Como levarem para uma esplanada da Foz — a cena já tem algum tempo, mas nunca me esqueci dela — um ganso preso por uma trela. O animal parado ao lado da mesa a olhar para o mar irrequieto. Da mesma forma que a chita da fotografia suspira por um cenário mais selvagem. 

A propósito lembro-me de quando era pequeno ver com frequência em Cascais mamãs a levarem os filhos pela trela. Mas essas não eram loucas; eram idiotas. 

Eu quero o olhar esquisito dos outros. Quantas vezes peço à vida a esplanada com o ganso pela trela!

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