Não gosto da vulgaridade. Por isso é que
prefiro aqueles que têm uma ponta de loucura. Que fazem aquilo que não é
esperado fazerem. Como levarem para uma esplanada da Foz — a cena já tem algum
tempo, mas nunca me esqueci dela — um ganso preso por uma trela. O animal
parado ao lado da mesa a olhar para o mar irrequieto. Da mesma forma que a
chita da fotografia suspira por um cenário mais selvagem.
A propósito lembro-me de quando era pequeno ver com frequência em Cascais mamãs a levarem os filhos pela trela. Mas essas não eram loucas; eram idiotas.
Eu quero o olhar esquisito dos outros. Quantas vezes peço à vida a esplanada com o ganso pela trela!
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