domingo, 29 de dezembro de 2019
Balanço de final de ano
sábado, 26 de outubro de 2019
Aniversário do Henrique de Barros
Está na Amazónia e na galáxia Redshift. Entre vegetação luxuriante e terra seca. Na crista de uma onda na Praia Norte e no remanso da água do banho.
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Aniversário da Maria Leonor de Barros
O amor de um pai por um filho é de um tamanho sem fim. Não se pode definir, expressar através de palavras. Ultrapassa a dimensão de racionalidade exigida pela lógica. É vida que se anula em favor de outra.
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
A mentira dos homens
quinta-feira, 3 de outubro de 2019
Diogo Freitas do Amaral
A vida é preenchida por momentos-chave, situações marcantes e por pessoas. Muitas pessoas. Umas que conhecemos, outras que nos habituamos a ver, a ler ou a desejar. Marcando o tempo ou os tempos. Fazendo com que o ano de de 1989 seja o ano de Tiananmen, do muro de Berlim, da Teresa e da Amélia, do Marcelo a mergulhar no Tejo.
sexta-feira, 20 de setembro de 2019
A imagem de mim
Não, não é verdade: aqueles que me acham pretensioso na escolha que faço dos outros estão perfeitamente enganados. E isto é ainda mais verdade se o critério depender de gostarem ou não de mim. Desde sempre relativizei a forma como me olham; ou como falam de mim. Nem sei bem porquê. Até porque em termos racionais há apenas duas justificações para tanto, sem que ambas se me apliquem de modo integral: uma refere-se à alta conta em que alguém se tem — o que não é por certo o meu caso; a outra tem a ver com a sabedoria que a maturidade nos traz, a de ser capaz de relativizar os defeitos de tudo o que nos envolve, na certeza de que nada é perfeito.
Talvez que este juízo, reconheço-o, tenha a ver comigo. Mas desde sempre. Jovem ainda já o descobria na fala dos que comigo repartiam os lugares da esplanada. E sorria de superioridade avisada perante a fraqueza dos outros. Coitados de serem assim.
Claro que esta minha contemporização com a fraqueza dos demais tem limites de amplitude. Quando a vontade de ser melhor do que efectivamente se é atinge o plano da maldade, ferindo-me naquilo que o mundo todo sabe ser inexpugnável em mim, bem... aí... é o oceano atlântico a nado a separar-nos. Para nunca mais.
O cinismo que me caracteriza toma então conta do palco.
Mas nada disto tem a ver com os meus amigos leitores. Muito menos com as mulheres, claro.
segunda-feira, 9 de setembro de 2019
Aniversário da Dona Lurdinhas
A Dona Lurdinhas faz hoje anos. É virgem, portanto. Mulher boa, angelical mesmo, dedicou os seus 42 anos de vida ao trabalho. Talvez para esquecer o desgosto que um amor adolescente lhe provocou. Sete meses de internamento, duas semanas de coma, uma perna mais curta que outra para toda a vida do maldito rapaz, comprovam a intensidade do mal que a postergou. De então para cá, a serenidade. E a simpatia que os meus consultantes lhe reconhecem. Em casa ouve só Chopin, Liszt, Debussy, Frank Zappa, Beethoven. No gabinete, uma devoção inultrapassável a este vosso amigo. “Não há ninguém como o Dr. Francisco “, diz ela repetidas vezes aos clientes. Deus guarde por muitos anos a Dona Lurdinhas. Se todas as mulheres fossem tão boas quanto ela...
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
A casa de Pedro Homem de Melo
Pedro Homem de Melo. Ainda o conheci, já lá vão muitos anos. Fato completo de cor branca quando passeava em dias de festa pelas ruas de Viana, de cor cinzenta com risca branca quando fazia os programas na televisão. Cigarro entre os dedos, a lançar uma coluna de fumo embora sem nunca ser fumado. O cabelo impecável, esforçadamente penteado, apresentação cuidada — e conseguida. Ele sabia do impacto que causava. Falava com uma educação esmerada, beijava a mão das senhoras. Era um aristocrata por via do nascimento e da forma de ser.
domingo, 11 de agosto de 2019
Manhã na esplanada
A vida a sério faz-se de coisas simples, banais mesmo. É o conjunto delas que decide quem somos e o que fizemos ao longo do tempo. Sem que nos demos conta disso.
quinta-feira, 8 de agosto de 2019
A América é só de alguns...
quinta-feira, 20 de junho de 2019
Cinema ao ar livre
Ontem à noite fui ao cinema. Ao ar livre. Num espaço desenhado a pensar numa esplanada, mas que pode ser adaptado a muitas outras coisas. Palestras, exposições, desfiles por exemplo. Ou então à projecção de filmes.
E é aqui que entra a diferença do traço transformado em arquitectura. Da célebre escola do Porto. De Eduardo Souto de Moura, neste caso.
Fazendo de um quintal de uma casa um sítio lindo de estar, de ver, de namorar, de pensar.
E de assistir na tela à Natalie Portman a vergar-se em respeitosa homenagem ao escritor israelita Amos Oz.
Num filme de grande intensidade dramática. Envolvido pelas linhas de um traço só de Souto Moura. Soberbo. Tudo.
De tal forma que ao olhar-me na tela houve em mim um arremedo que só pode ser cómico de uma epifania: a de só agora estar preparado em termos de vida para ser escritor.
Demasiado tarde. Muito tarde. Mas não para ir à discoteca ver dançar a noite toda outra vez no éter do cinema. Pensei eu ao mesmo tempo que me dirigia rua acima ao sítio onde as mulheres dançam.
segunda-feira, 17 de junho de 2019
Médica bonita
Eu sei que por muitos sou abominado pela importância que dou à beleza, mas é mais forte do que eu. Se se comparar o sentimento estético que me suscita um jardim, uma montanha, um automóvel, uma escultura, uma igreja, com aquela outra realidade que é uma mulher nas ruas de Florença, escusado será dizer que prefiro o ser que desfila determinado, com um vestido de uma cor que depressa se extingue na memória, na cidade que é cinema vivo.
segunda-feira, 10 de junho de 2019
A sociedade portuguesa actual e a da idade média
terça-feira, 4 de junho de 2019
Agustina Bessa-Luís (II)
Agora que Agustina está a regressar às origens, não posso deixar de contar uma história que ela partilhou entre amigos (pode ser que esclareça alguma coisa da sua personalidade).
segunda-feira, 3 de junho de 2019
Agustina Bessa-Luís (I)
Era uma mulher sem tempo, corajosa, frontal, sempre com a ironia pronta a desferir o golpe fatal na soberba dos outros. Grande, muito grande mulher e escritora. Capaz de publicar um anúncio no Primeiro de Janeiro para arranjar marido. Ou de escolher a direita para dela fazer bandeira política numa época em que era obrigatório ser de esquerda. E depois a escrita. Pensada palavra por palavra até ser pesada, acariciada, ouvida a tarde inteira na casa da família em Massarelos.
quinta-feira, 23 de maio de 2019
Os pavões e os motoristas de S. Bento
terça-feira, 21 de maio de 2019
Gato parlamentar
Nos jardins da Assembleia da República vivem vários gatos. Sete, mais exactamente, tantos quantos os quartos destinados para eles no hotel gatídeo construído no espaço relvado do Palácio de São Bento. Toda a gente que ali trabalha ou representa o esforçado povo português gosta dos bichos. Todos menos o Carlos Abreu Amorim.
Na imagem a minha grande amiga Maria Júlia acaricia o pelo do animal mostrando aquilo que seria capaz de fazer ao fotógrafo.
sábado, 18 de maio de 2019
Benfica contra o Porto
“Às vezes não sei que pensar: eu sozinha aqui e o mundo lá fora a rir e a divertir-se. E tudo por causa do Benfica. O Artur nas bancadas junto aos amigos e a esposa largada ao tédio de um Sábado à tarde na casa de sempre. O jogador a avançar decidido para o golo, a assistência a aplaudir em êxtase, a cor encarnada a cobrir de glória o estádio. Bem me dizia a minha mãe: ‘Filha, não queiras um homem que ande atrás da bola o tempo todo — é vulgar e não te vai dar nunca uma casa fora do Montijo.’ O malandro do Artur enganou-me bem: não apreciava futebol, não tinha clube e depois foi o que se viu. E ainda por cima o Benfica. Se ainda fosse do Sporting, uns senhores aperaltados, com bons empregos, ainda se suportava.
segunda-feira, 6 de maio de 2019
O professor
quarta-feira, 1 de maio de 2019
1º de Maio
terça-feira, 30 de abril de 2019
Desalmadamente Lena D'Água
Meu Deus, Nosso Senhor: não se faz uma coisa destas — a passagem do tempo deveria acontecer apenas com aqueles que têm pressa de se irem embora e não com aqueles que querem ficar. Que gostam do sol logo pela manhã e da voz da multidão a caminho do trabalho.
Permanecendo, se possível, eternamente bonitos; ou então jovens; ou então saudáveis, o que vem a dar mais ou menos no mesmo.
Mas o tempo é um carrasco difícil de moldar — faz estragos, mata devagarinho.
Já escrevi diversas vezes sobre o tempo (e também acerca do que permanece para além da mudança).
Hoje vi fotografias antigas e outras actuais de uma das mulheres-sonho da minha juventude: a Lena D’Água.
A cantora de Sempre que o Amor me Quiser era absolutamente linda. Filha de um pai e de uma mãe também eles belíssimos, a Lena não precisava de maquilhagem ou de roupas muito elaboradas. Ela era naturalmente desejo dos homens e de algumas mulheres.
Infelizmente, tal como a muitos de nós, a vida foi-lhe madrasta. Por culpa dela e dos outros.
Do tempo que percorreu na noite e na vertigem de si própria ficaram-lhe as marcas. Na carreira, no pensamento e no corpo. Do rosto luminoso e das pernas de boneca já pouco resta. Nos olhos e no riso, talvez. No resto, a Lena D’Água de hoje mais não é do que a longínqua imagem de uma cantora portuguesa de muito sucesso dos anos oitenta.
A menos que consiga recomeçar. Como se fosse do zero. Esquecendo o bom e o mau de tudo o que ficou para trás, de forma a não ter de penosamente comparar-se com o que já foi.
A oportunidade está aí: trinta anos depois vai editar um novo álbum com o nome Desalmadamente. Quando o ouvirmos vamos imaginá-lo cantado por alguém que não se distingue pelas pernas ou pela beleza do rosto, mas antes pelo percurso e pela consciência que só uma vida cheia permite.
No dia 10 de Maio, quando desalmadamente for divulgado o disco, eu vou amar outra vez a Lena D’Água.
terça-feira, 23 de abril de 2019
Tarde em Moledo
A cena presenciei-a mesmo a meu lado no Domingo passado. Eu e a Cuca finalmente esparramados ao sol, ninguém a aborrecer-nos. Ao fundo a vista linda de Moledo, a areia solidária a querer-nos felizes, o Forte no meio do mar a tomar conta de nós, o monte de Santa Tecla a mostrar-nos o caminho em direcção ao divino. Como se ele não estivesse ao nosso lados nas migalhas de rocha em que nos deitamos, e em tudo o resto a que chamamos natureza e que os homens ainda não souberam como estragar.
segunda-feira, 22 de abril de 2019
Quando a coerência é um mal
Não fui eu o autor deste sublinhado fotográfico — esse bom gosto deve-se à Diana Duarte, jornalista da SIC.
Mas gosto muito do que na página do livro está escrito. Não há nada mais aborrecido que alguém de uma só cara. Que é constante no vestir e no dizer. E na escrita. E no gosto pelas mulheres louras; ou então, sendo do género feminino, preferindo os homens das contas certas.
Eu não sou assim. Hoje sou o homem do comboio, amanhã sou escritor por publicar. Isto de manhã e à tarde, porque à noite sou milionário que o deixei de ser por causa da guerra civil no Ruanda.
A vida é cinema e os chatos são porteiros e vendem os bilhetes do espectáculo. Que, por sinal, nunca terá um fim.
sábado, 13 de abril de 2019
Mulher para as caminhadas
Seis indivíduos de bata branca, estetoscópio ao pescoço, proferiram o veredicto: “Tem de andar meia hora por dia”. Era a quinquagésima sétima vez que o diziam, sem nunca eu ter conseguido cumprir a malfadada sentença. As ruas sempre as mesmas, o suor a querer desaguar nos olhos, a figura de parvo a tomar conta de mim.
sexta-feira, 29 de março de 2019
Tontos
Tontos. Não perceberam nada. Os professores a julgarem-se importantes na sociedade e no PS. Não sabem que o mundo mudou. Só conta quem produz lucro. Por isso é que a Maria de Lurdes Rodrigues fez com que eles passassem a ganhar menos, a seguir Passos Coelho ainda baixou mais o ordenado e ameaçou que os cortes seriam permanentes. E os professores a pensarem que deveriam fazer o sacrifício pelo país. Que totós. Ao actual governo bastou fazer de conta que iriam recuperar aquilo que as suas carreiras determinavam. Ao mesmo tempo que lhes entregava metade do vencimento que por lei deveriam estar a receber. Adeus, mestres-escola. A paixão pela educação só é possível em países ricos.
Foto Observador
Vá lá, organizem-se...
Há ministros que são pai e filha, marido e mulher, amigos e amigas do primeiro de todos, eu não nomeei nenhum deles, quem o fez o foi o presidente da marquise, o mesmo que é vizinho dos gestores do BPN, eu é que não andei a passar férias no sítio do Ricardo Espírito Santo, nem a minha Maria trabalhou na administração do BES, o que é que este está para aí a dizer?
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