sexta-feira, 29 de março de 2019

Tontos


Tontos. Não perceberam nada. Os professores a julgarem-se importantes na sociedade e no PS. Não sabem que o mundo mudou. Só conta quem produz lucro. Por isso é que a Maria de Lurdes Rodrigues fez com que eles passassem a ganhar menos, a seguir Passos Coelho ainda baixou mais o ordenado e ameaçou que os cortes seriam permanentes. E os professores a pensarem que deveriam fazer o sacrifício pelo país. Que totós. Ao actual governo bastou fazer de conta que iriam recuperar aquilo que as suas carreiras determinavam. Ao mesmo tempo que lhes entregava metade do vencimento que por lei deveriam estar a receber. Adeus, mestres-escola. A paixão pela educação só é possível em países ricos.

 

Foto Observador

Vá lá, organizem-se...


Há ministros que são pai e filha, marido e mulher, amigos e amigas do primeiro de todos, eu não nomeei nenhum deles, quem o fez o foi o presidente da marquise, o mesmo que é vizinho dos gestores do BPN, eu é que não andei a passar férias no sítio do Ricardo Espírito Santo, nem a minha Maria trabalhou na administração do BES, o que é que este está para aí a dizer?

— Order!


quarta-feira, 13 de março de 2019

Partida de ténis


O João d’Arruda, convencido de si, desafiou-me para uma partida de ténis. “A minha mulher foi jogar nas máquinas do Casino da Póvoa e vai demorar”, anunciou o João eufórico por se sentir livre. A sua camisa branca impecável e a gravata azul eléctrico não estavam habituadas a recusas. “Está bem, em atenção à tua mulher aceito a proposta”, disse eu. O jogo começou, ao fim de meia-hora o João pareceu-me bem, às duas horas e quarenta e cinco minutos estava assim conforme se vê na fotografia.

terça-feira, 12 de março de 2019

Fernando Poeta


Já olhei fixamente para a cara deste miúdo e não descobri nada. Pelo menos de diferente. O olhar talvez. Há ali um certo ar interrogativo que pode querer significar inquietude. E alguma tristeza, possivelmente. De resto, quase nada. Com esforço consegue adivinhar-se o auto-convencimento de que consegue dominar o triciclo, de que é orgulhosamente seu e de mais ninguém. E é só isto. Acho que vou desistir: de resto é uma criança igual a tantas outras. Ao que eu fui, por exemplo. Exímio condutor de triciclos. Triste, toda a infância e adolescência triste. Nisto partilho o modo de estar com o rapaz da fotografia. Provavelmente por isso é que me sinto frustrado por não ser capaz de descobrir as sombras e os raios de luz que traçam o perfil do menino ciclista. Logo eu que adivinho o futuro de qualquer pessoa. Como é que se chama o miúdo? Deixa ver: Fernando. Fernando quê? Onde é que está a ficha? Tenho-a aqui: Fernando Pessoa.