domingo, 27 de dezembro de 2020
A vida a recomeçar
sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
Dia de Natal
O sagrado e o profano lado a lado. A campearem pela atenção dos homens. Como se a vida pudesse dispensar a introspecção ou a festa.
domingo, 20 de dezembro de 2020
Nós nos outros
Dois anos a calcorrear as ruas deste país à procura de histórias de vida. Inicialmente publicadas numa página online a que chamou de “Nós nos outros”, foram reunidas este mês em livro. Maria Helena da Bernarda é a autora do conteúdo integral da obra: dos textos, das fotografias, dos apontamentos biográficos dos entrevistados — que se transformam em testemunhos difíceis de esquecer — e, principalmente, do projecto que parecia condenado ao insucesso, tal era a sua exigência em termos de disponibilidade pessoal.
sábado, 19 de dezembro de 2020
Beber para esquecer
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Adeus robalo
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
Aniversário do Henrique
Não sei se alguma vez aconteceu com o leitor algo parecido. Na sexta-feira passada um médico afamado confirmou o que pensava ser mero pretensiosismo meu. O Henrique é outra vez o pai. Vou tentar explicar: para além de se assemelhar a mim no comportamento ele é, para o bem e o mal, a cópia em termos fisiológicos e psicológicos do progenitor. Nomeadamente ao nível do sistema nervoso central. O que necessariamente lhe vai trazer problemas, mas também algumas alegrias. Ser diferente, alguns o sabem, não é fácil. Torna-se alvo de incompreensões, de ciúmes e de prejuízos vários no relacionamento com os outros.
domingo, 18 de outubro de 2020
Três nomes grandes da cultura luso-tropical
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
Os 15 anos da Maria Leonor de Barros
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
Aniversário do meu Pai
domingo, 4 de outubro de 2020
Sumo de limão
Tributo à Gioconda
terça-feira, 29 de setembro de 2020
Aniversário de Inês Matilde Barros
domingo, 27 de setembro de 2020
O mar da Foz
terça-feira, 22 de setembro de 2020
Adeus Verão
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
Ser professor nos dias de hoje
Este é o último ano em que dá aulas. Não sabe se com alívio ou amargura. Ensinou milhares de alunos. Alguns escrevem-lhe e saúdam-no com alegria nas ruas. A maioria faz de conta que não o conhece. Os pais perguntam ao “stôr” se não tem vergonha em abotoar-se com o dinheiro dos impostos e traumatizar o João Pedro e a Constança.
sábado, 12 de setembro de 2020
A azémola encarnada
É verdade que todos nós já erramos muitas vezes ao longo do tempo. Às vezes nas coisas mais básicas. Mas aquilo que desde ontem se tornou notícia ultrapassa quase tudo: António Costa integra a comissão de honra da candidatura de Luís Filipe Vieira. É verdade que o Benfica é um Estado dentro de um Estado. Tem tanta importância simbólica para os portugueses emigrantes em França ou para aqueles que fizeram a Guerra Colonial como a Nossa Senhora de Fátima. Debaixo da sua bandeira ninguém pode ser preso ou sequer acusado pela justiça. Só depois de deixarem de exercer funções no clube poderão então ser incriminados. Foi isso que toldou a capacidade de discernimento do político mais habilidoso da história recente de Portugal. Bastava ter considerado o facto de Vieira estar a ser investigado em demasiados casos. E de aquele informático de Gaia continuar a acossá-lo com cobertura internacional.
terça-feira, 8 de setembro de 2020
Vicente Jorge Silva
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
A revolta das mulheres
domingo, 23 de agosto de 2020
Festas D'Agonia - a despedida
quarta-feira, 12 de agosto de 2020
À procura de tubarões
Dos animais prometidos o mar presenteou-me só com os golfinhos. Os tubarões-tapete, pelos quais tenho uma predilecção antiga, devem ter rumado a Arraiolos, que por aqui não andam.
No barco, os marinheiros de água-doce estão contentes com os golfinhos, quer dizer, quase todos, que no grupo da Rosalía das unhas vistosas alguém está mal disposto. Parece que vai vomitar. Qual deles será? Se for a Rosalía vou ajudá-la.
Não é. Quem está pálido, com a cabeça encostada à borda da embarcação — agora vejo — é o rapaz que acompanha a Rosalía e as amigas.
Pobre mundo este. Já nada se parece com antigamente. Desde que a tropa acabou que os homens andam assim. A Rosalía das unhas bonitas ainda vai mandar nisto tudo.
sexta-feira, 17 de julho de 2020
Os idiotas
O servilismo de alguns homens perante as mulheres sempre me causou repulsa. “Diga menina, o que meu anjo escolher...” - Deus arrependido do estado a que chegaram os chefes de família. Não era assim que tinha pensado no páter de rosto grave, e o povo quieto à espera de um gesto seu. “Ou vens embora agora ou então escusas de me procurar mais” dizem elas desprendidas de tudo mais. E o palerma, cabeça baixa a seguir aquela saia que, por sinal, sempre achou curta. “ Então o qu’é que a senhora decide?” pergunta o gerente do banco ao casal que se senta na frente da secretária. A vida não está fácil para o sexo forte. O Benfica a perder campeonatos, o Chega ainda longe de mandar nisto tudo.
segunda-feira, 29 de junho de 2020
Em memória do meu liceu
domingo, 24 de maio de 2020
Primeiro desconfinamento
terça-feira, 14 de abril de 2020
Ser do Norte é ser menos educado, segundo a TVI
domingo, 12 de abril de 2020
A Páscoa, a quarentena e eu
segunda-feira, 6 de abril de 2020
domingo, 29 de março de 2020
A esplanada vazia
segunda-feira, 23 de março de 2020
Oliveira Martins e os portugueses
sábado, 7 de março de 2020
Homens complicados
De um modo mais ou menos sofisticado respondo o mesmo, desde muito jovem, às mulheres lavadas em lágrimas: “Escolheste o mais complicado dos homens, agora choras, claro...”, “Ah mas os outros não me acrescentavam nada, só queriam comida na mesa e os telefonemas da mãezinha”, “Ok, mas devias saber que os mais interessantes causam sobressaltos permanentes”, “Sim, mas eu prefiro sofrer a ver o mesmo programa de televisão todas as noites.” “Ai é? Então acho melhor arranjares alguém que ande à tua volta... e se um dia ele vier a ter ciúmes podes manter a esperança de ele vir a ser teu... se não, esquece-o, ele que abra as asas e voe.”
sexta-feira, 6 de março de 2020
Em busca da tranquilidade
quinta-feira, 5 de março de 2020
À espera
Na sala de espera um grupo de pessoas sem idade. E sem vida também. Duas mulheres falam sem parar. Os outros não pensam em nada. Estão tão anestesiados como os familiares que logo depois das portas brancas estão a ser operados.
No resto — no mar, nos dias de praia, nos fins de tarde de trabalho amaciados no Tekas Bar, na casa alugada com os filhos quando nasceram — tudo parecia ser infinito, e nós espécies de uma realidade transcendente, só nossa.
Até que o maldito diagnóstico apareceu numa tarde de Inverno. De muita chuva. E eu quase a morrer naquele momento. E a Patrícia a dar-me a mão tentando transmitir-me a serenidade que vinha do olhar.
Penso em tudo isto enquanto espero. A sala continua imóvel próxima do estado letal. As duas mulheres falam Um homem sentado perto de mim olha o meu telemóvel enquanto escrevo estas linhas (é o primeiro leitor deste arrazoado). Fico com a ideia de que lhe pareço um tolo. Adivinhou.
As batas brancas entram e saem empurrando aquelas portas com uma roda de vidro a parecer as dos navios.
Vejo uma enfermeira jovem que regressa da realidade atravessando a fronteira. Dirijo-me a ela. Quero saber como está a decorrer a operação. Anseio pelo momento de abraçar a Patrícia, recuperar o amor dos primeiros tempos. — Enfermeira, é capaz de me prestar uma informação?
A enfermeira sorri. Vou falar-lhe do meu amor.