sábado, 29 de julho de 2017

O aniversário da minha amiga



Não faço anos desde os 27. Mas tenho amigos que insistem em fazer. É o caso de uma mulher linda, de covas nas faces, minha amiga dos tempos da adolescência e que comemora o aniversário hoje. 27 anos, tal como eu. 

Explico sempre isto aos meus alunos de Psicologia: o savoir-faire de um conquistador das graças femininas depende em muito dos êxitos ou não das primeiras tentativas.

E o que é isto tem a ver com a aniversariante de hoje? Eu explico: Na altura éramos 20 rapazes que começávamos a suspeitar que a praia não servia apenas para apanhar banhos de mar e que passados uns anos teríamos que pagar um imposto chamado IMI. 

Pois bem -- todos eles, mas todos mesmo -- estavam apaixonados pela mulher hoje em festa. 

Agora adivinhem quem foi o primeiro a chegar à meta? Pois claro, eu mesmo. Ambos sabíamos, o escrevinhador destas linhas e a menina-mulher desejada que se anunciássemos ao grupo dos 20 o vencedor da medalha de ouro, acabava o Verano Azul daquele ano. Então, sempre que estávamos acompanhados, dávamos as mãos debaixo da mesa, despedíamo-nos com um beijo que preenchia um terço do rosto e dois terços dos lábios. Dificilmente sou capaz de repetir nos dias de hoje um beijo assim tão delicioso.

Actualmente é casada, tem filhos e é imensamente feliz. O marido é profissional da comunicação social com notoriedade nacional. Por isso guardo algum recato na identificação da mulher bonita, com covas nas faces, que fez de mim conselheiro perante os meus colegas das tácticas a cumprir para conseguir um sim feminino. 

Resta de toda esta história uma grande saudade repartida mais ou menos de igual modo pelos 19 rapazes mais eu mesmo.

Parabéns, mulher minha de um tempo irrepetível.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

A Cuca Roseta e os gelados Magnum



Desde que casou que não a via. Há um mês, portanto. Rumei a Mirandela para assistir a um espectáculo dela. E perceber como estava. Milhares de pessoas à espera da Cuca Roseta num anfiteatro de granito ao ar livre em frente ao Rio Tua. Cenário lindo. Nunca tinha estado naquela cidade transmontana e gostei. Muito bem organizada em termos urbanísticos e com gente bonita. Este último pormenor já eu sabia. Principalmente nos olhos grandes que só podem ter explicação genética.

Mal me viram as autoridades da festa disseram-me para ocupar uma das cadeiras que estavam reservadas não sei para quem. Simpática a gente de Mirandela.

A actuar em parceria com a minha amiga uma orquestra sinfónica lá da terra fundada a partir de uma escola profissional de música (Esproarte). Realidade que se está a espalhar pelo país através da criação de conservatórios regionais. Lisboa não sabe de nada. Que se cuide. Portugal em matéria de educação está a mudar muito.

E eis que sobe ao palco a Cuca Roseta. Está igual. O corpo não mudou. Há algum tempo que sei que mesmo que uma mulher deixe de ser virgem as alterações físicas não são visíveis a olho nu. A verdade é que dançou, percorreu o palco com a elegância de sempre. Bem, também é verdade que já tem dois filhos. Mas mesmo tendo em conta que o novo amor é preparador físico o corpo mantém-se intocado.

Também é notório que não está grávida. Notava-se bem este facto de palpável importância por causa do vestido: amarelo, brilhante e vaporoso, feito a partir da parte de dentro do papel-alumínio que envolve os gelados Magnum. Era tão celofane e colado ao corpo (se exceptuarmos as pernas) que permitia ver que não está de esperanças. O preparador físico está em férias e a Cuca está com a agenda muito preenchida.

O cabelo, esse, se não tivesse sido convidado para as cadeiras das pessoas ilustres, este vosso amigo tinha caído de admiração. Foi sempre das coisas que mais gostei nela. Comprido, muitíssimo bem penteado, liso, belo, muito belo. Mesmo como eu gosto de ver nas mulheres. Não sei porque nem todas usam o cabelo assim. Talvez por não saberem que uma das graças maiores do género feminino está no cabelo. É para onde os homens de bom gosto olham em primeiro lugar.

E, depois, quando fazem como a Cuca que mexe no cabelo instante sim instante não, ai abençoadas cadeiras dos convidados que fui salvo por uma delas. Aprendam senhoras, o cabelo e as meias e a estabilidade do lugar sentado dos homens têm uma importância crucial caso queiram ou não um determinado cavalheiro.

Quanto ao resto, a minha amiga distinguiu-se pela simpatia de sempre e o porte aristocrático desprendido que a caracterizam. Ah! E cantou bem.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

BJornal

Desde sempre a fazer jornais. 
A minha grande paixão (às vezes maior que a das mulheres).
Aos 9 anos brincava aos jornais recortando fotografias, colando-as numa folha branca grande e escrevendo os respectivos textos.
Aos 20 ajudei a fundar -- com o meu pai -- um jornal que ainda dura e há-de durar. 
Outros se seguiram. 
Hoje saiu este.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Carlos Drummond de Andrade


– Vocês ainda não sabem, mas não há nada melhor na vida que isso que estão fazendo. É como se o fogo-de-artifício caísse sobre Guanabara. A brisa amainasse o calor. O mar se tornasse de todas as cores. O corpo tremesse de emoção boa. Os lábios fossem o corpo inteiro. E eu fosse mais novo um dia.

domingo, 23 de julho de 2017

Doce por doce



Pronto. Aqui está o problema da minha vida. Já o tenho discutido vezes sem conta com médicos e outros técnicos de saúde. Sem conseguir obter uma resposta conclusiva: uns dizem que sim outros que não.

Mas, afinal, a Coca-Cola (e eu bebo a Zero) faz mal à saúde? A última médica que consultei disse-me que se for uma ou duas vá lá três por dia não traz prejuízos de maior.

A questão está toda no açúcar, no sabor a doce de que a vida tanto precisa.

Será que os amigos do face me podem ajudar com as vossas opiniões?

É que se acharem que não devo consumir a Coca-Cola, então eu como a rapariga do lado. Doce por doce… 

sexta-feira, 21 de julho de 2017

A esplanada


Aí está. O meu mundo. A esplanada. Janela de ver os outros. A desfaçatez e a vontade envergonhada. O glamour e o sórdido. A perna cruzada debaixo da saia e os olhos no chão com medo dos outros. A vida toda. Na esplanada.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

De algo ou alguém


À espera. Do sol, das horas, de Godot. À espera. Do fim da tese, do mar encapelado, do FCP campeão. À espera. Da avó outra vez viva, do leite amargo dado a beber por ele, do último número da New Yorker. À espera. Das luzes que não param na noite embriagada de música e de álcool, das ondas que vão e vêm, do corpo ritmado dele. À espera. De saber o que é ser feliz, das lágrimas compostas de átomos, da lua e do sol. À espera. De mim.  

Nastassja Kinski



Por causa dela morri alguns anos da minha adolescência.

domingo, 16 de julho de 2017

Luís Montez


Não há bem que sempre dure. Acabou o Super Bock Super Rock. O Luís Montez vai deixar de aparecer todos os dias na televisão. Com a sua casa como cenário. O Pavilhão Atlântico. E os jardins em frente ao Tejo, as obras de arquitectura e de arte urbana. A pala do Siza Vieira. Tudo dele. Assim como os jornais e as televisões. Um visionário da mediocridade portuguesa. O introdutor das pulseiras de cores diferentes. Que teve a avareza desmedida de acabar com o único festival mítico do nosso país: Vilar de Mouros. Um dos indivíduos mais antipáticos de Portugal. 

 

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Rostos da RTP


Em 2011 fugiram da RTP como ratos de um navio prestes a afundar. Director e Directora-adjunta de Informação, muito bem relacionados com a direcção do PSD, mal ouviram falar da privatização do canal público abandonaram a estação onde aprenderam tudo e sempre foram bem tratados. 
Algo me diz que nesta altura tentam o regresso à RTP mais uma vez com medo do que aí vem. A Altice não é gerida por gente conhecida das sedes partidárias, da noite ou das tertúlias que se sentam à volta do whiskey Jameson. A cobardia vai uma vez mais fazer das suas.

sábado, 8 de julho de 2017

Convidadas de última hora

 


- Maria dos Anjos!!! Quanto tempo... Estás igual... Que felicidade a minha... Deus é grande... E trouxeste as tuas sobrinhas... (Vou já servir-lhes um Porto Barros enquanto nós os dois conversamos)... Estou tão contente...

O enlace matrimonial seguido de lua de mel na Nazaré

 

Muito obrigado a todos. 
Eu e a Elza estamos cansados mas felizes. Foi um casamento muito bonito e abençoado com a presença de tantos amigos. Neste momento chegamos ao hotel da Nazaré onde vamos passar oito dias de felicidade celestial. A Elza está um bocado nervosa mas julgo ser normal nestas ocasiões. Adeus amigos, até ao nosso regresso.

sábado, 1 de julho de 2017

A MONICA E EU



É todos os dias isto. A vida tão difícil e a cidade a gozar comigo. O dia inteiro a preencher papéis no escritório de contabilidade. À noite os debates sobre futebol. E o sono a chamar-me para o quarto. Sento-me na cama e na casa em frente, a da Monica Bellucci, a vida a começar. Isto não se faz a alguém que passa o tempo a fazer contas. Sr. Fernando Medina faça alguma coisa para que eu volte a poder descansar. A cidade de Lisboa deixou de ser para quem trabalha.