terça-feira, 29 de setembro de 2020

Aniversário de Inês Matilde Barros


Lembro-me como se fosse hoje de conduzir 300 quilómetros na madrugada de uma má estrada, para chegar a tempo de ver nascer a minha filha. Tive outras vezes de me esforçar, não muitas, para estar no momento certo junto dela. Mesmo sem a cartucheira que um dia encomendei a pensar nos amigos da Matilde mas que nunca chegou ao destino. Também não foi preciso: ela soube ao longo do tempo escolher e cumprir o itinerário da sua vida. Está no terceiro ano de Direito na faculdade do país com a nota mais alta de admissão. Acho que vai ser juiz. Tem pinta disso. Se não for, que seja a única coisa que me interessa no seu percurso: a de ser feliz.
Tinha jurado não mais escrever estes postais de aniversário. Mas é difícil resistir. A tarde torna-se noite, o papel em branco, e a promessa a mim mesmo a escapar entre os dedos que escrevem estas palavras. 
A fotografia? Descobri-a, entre uma profusão delas, destinadas segundo parece a um cartaz que por aí circulou da Matilde presidente, nem sei bem de quê. 
O que eu quero para a noite de hoje? Sabê-la apaixonada pela vida, pela mãe, pelos irmãos e pela Vodka. E, vá lá, por mais alguém que ela esteja certa de a merecer. 
Parabéns pelos 20 anos, querida Matilde. E não digo mais nenhuma palavra nem vou reler o que acabei de escrever de um fôlego só. Sabes porquê? Porque não iria conseguir.  
Um beijo, meu amor.

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