Um soldado tomou-se de amores por uma
jovem princesa. Ciente dos seus brios resolveu dar conta da paixão que o
consumia a sua majestade o rei.
Que sim, que o deixaria desposar a
princesa se conseguisse ficar de guarda ao palácio real durante cem dias e cem
noites sem se mexer. O soldado ufano de tanta valentia aceitou o desafio.
Aguentou vinte, trinta, quarenta, cinquenta dias. A força-estátua do soldado
permanecia valente de tanto amor no seu posto enquanto chovia, ventava, nevava.
Setenta, oitenta dias. O corpo da princesa
a ser cada vez mais corpo.
Noventa. O sonho a deixar de ser apenas
sonho.
Noventa e cinco. O amor ainda se vai
cumprir.
Noventa e sete dias. O sofrimento e a
felicidade juntos a chegarem ao destino. As lágrimas de raiva de si a
enregelarem de frio.
Noventa e oito. Vai conseguir. O soldado
merece tanto amor assim.
Noventa e nove. Desistiu... Foi-se embora.
(inspirado no filme "Cinema Paraíso")
2 comentários:
Caro Francisco:
acabo de conhecer o seu blogue e dou-lhe as boas vindas à blogosfera filosofica portuguesa. Parece uma ideia interessante juntar a sua experiencia jornalistica com a filosofia - algo que ocorre tambem com o Telegrapho de Hermes.
Desejo-lhe continuação do bom trabalho
Obrigado pela visita. Beijo fantasma.
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