quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

A propósito do amor...


Um soldado tomou-se de amores por uma jovem princesa. Ciente dos seus brios resolveu dar conta da paixão que o consumia a sua majestade o rei.
Que sim, que o deixaria desposar a princesa se conseguisse ficar de guarda ao palácio real durante cem dias e cem noites sem se mexer. O soldado ufano de tanta valentia aceitou o desafio. Aguentou vinte, trinta, quarenta, cinquenta dias. A força-estátua do soldado permanecia valente de tanto amor no seu posto enquanto chovia, ventava, nevava.
Setenta, oitenta dias. O corpo da princesa a ser cada vez mais corpo.
Noventa. O sonho a deixar de ser apenas sonho.
Noventa e cinco. O amor ainda se vai cumprir.
Noventa e sete dias. O sofrimento e a felicidade juntos a chegarem ao destino. As lágrimas de raiva de si a enregelarem de frio.
Noventa e oito. Vai conseguir. O soldado merece tanto amor assim.
Noventa e nove. Desistiu... Foi-se embora.

(inspirado no filme "Cinema Paraíso")


2 comentários:

Renato Martins disse...

Caro Francisco:

acabo de conhecer o seu blogue e dou-lhe as boas vindas à blogosfera filosofica portuguesa. Parece uma ideia interessante juntar a sua experiencia jornalistica com a filosofia - algo que ocorre tambem com o Telegrapho de Hermes.

Desejo-lhe continuação do bom trabalho

Bichinho disse...

Obrigado pela visita. Beijo fantasma.