quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A profissão de professor

A professora e os seus alunos. Um bando de miúdos ao redor da mulher que ensina as primeiras letras. Não é fácil fazer-se ouvir. Naquela sala vêm parar todos os problemas do bairro, da cidade, da vida. 
Ser professor é cada vez mais uma tarefa inglória. Porque nem sempre é compreendida e ainda menos reconhecida. Veja-se o caso do governo do nosso país: o que conseguiu junto daqueles profissionais, sem a opinião pública se dar conta, foi aproveitar a presença da troika e demitir os que tinham menos de 50 anos, para depois fazer um novo contrato estabelecendo um ordenado que equivale a metade do que por lei deveriam estar neste momento a ganhar. 
Virando a população contra os seus professores. Chamando-lhes de privilegiados, mandriões, grevistas permanentes. 
E eles iguais a sempre. A fazerem com que o sector da educação seja o que mais evoluiu nas últimas décadas. Contribuindo para a formação de novas gerações cada vez mais bem preparadas, a dar cartas cá dentro e lá fora. 
Triste profissão. Por isso é que ninguém a quer. Vamos ter de esperar por mão-de-obra barata, oriunda de África e da América Latina, para ensinar os nossos filhos e netos. Lamentável tempo aquele que aí vem em matéria de educação.

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