A solidão é um monstro de duas cabeças. Uma parece olhar-nos e sorrir, a outra é o retrato do mal e do desespero. Disputam uma à outra o domínio sobre nós. O indivíduo que não sabe falar consigo e tem medo da interioridade depressa se afunda no sofrimento imposto pela cabeça tinhosa. Um outro que escreva, ou crie seja o que for ultrapassa a solidão. A força do mal é, deste modo, vencida pela sabedoria alcançada por aqueles que estando fisicamente sós nunca o estão efectivamente.
(Na esplanada sem mar)
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