segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Solilóquio de início de ano


Sentei-me na esplanada a olhar o mar. É a primeira vez nestes dias de festa em que tenho a oportunidade de estar só. E que bem me sabe pensar e olhar sem censura ou permissão de nenhuma espécie. O mar e a rapariga da boina agradecem a minha disponibilidade e sorriem. As ondas tornam-se maiores e o silêncio do seu vai-vem também. A rapariga tira a boina e penteia o cabelo para trás prendendo-o numa trança. E eu imagino o mar a afogar o cabelo da moça e ela a rir de alegria enquanto eu chamo a autoridade marítima para a salvar. Coitado de mim.

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