domingo, 26 de dezembro de 2021

Só tu me fazes grande


Só me sento quando sentares também. Não quero estar só com o mundo todo como interlocutor. A paisagem é extensa a ponto de me apoucar. Sinto-me um ser dispensável, igual a tantos outros perante um horizonte sem fim. As tuas mãos nas minhas costumam acalmar-me e dizerem que não sou tão insignificante assim. Que tenho dedos de pianista e olhos de quem leu os clássicos a eito. E eu então sou capaz de beijar-te e afirmar perante o mundo que sou maior que eu mesmo. Com uma força que me deixa espantado. A ponto de te fazer outro filho ou mesmo dizer que és boa pessoa. E de que ninguém tem direito a magoar-te.

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