quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Cristiano Ronaldo e o campeonato do mundo do Qatar


Na vida de Cristiano Ronaldo nada fazia prever que alguma vez aquele miúdo saído da Madeira com apenas 11 anos de idade viesse a tornar-se o português mais famoso de todos os tempos. Mais conhecido do que o próprio país: na Chéquia ou no Camboja; na Côte d’Azur ou em Times Square; no deserto do Saara ou nas estepes da Sibéria. 
Como em tudo na existência humana, é chegado também para ele o tempo do ocaso da sua genialidade — o corpo teimoso insiste em traí-lo, os homens fracos querem agora vingar-se do que nunca tiveram e desde sempre invejaram nele. 
Há no entanto, algo que o Cristiano Ronaldo ainda tem em doses sobre-humanos: a força de vontade capaz de provocar nele o último assomo de superioridade extra-terrestre. O campeonato do mundo da Qatar é, de facto, o palco da derradeira luta de Cristiano consigo mesmo e com as almas-daninhas. 
Não, não, desta vez não se trata de uma competição da equipa de Portugal. O nosso país terá muitas outras oportunidades de se revelar enquanto campeão. Aquilo em que vamos participar a partir de hoje é na homenagem a uma criança-homem que durante vinte anos representou algumas das coisas que os portugueses têm de melhor.  
O resto não interessa nada.

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