O Natal já acabou. É pena. Era lindo o Natal deste ano. Desceu pela chaminé, pé ante pé, a julgar que o perfume que trazia não ia denunciar a sua presença. Como se chama? — perguntei eu. Soraia de Natal e Chaves — disse com voz de cópula de amor. Hesitei. Devia dar a mão num cumprimento formal ou beijá-la? Decidi-me pela pela segunda hipótese. Dei-lhe um beijo rápido na mão. E o que vem aqui fazer? Vim entregar-lhe a prenda deste Natal — respondeu. Foi mesmo ali, na sala iluminada pelo fogo da lareira, que comemorei o nascimento de Deus Nosso Senhor. Rezando eu e ela à paz no Golfo Pérsico e na Guatemala. Foi lindo o meu Natal. Agora vem o Ano Novo. E a noite dos Reis. Já mandei limpar a chaminé. Sabe-se lá se o meu coração não vai ser assaltado outra vez.
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