Já não era sem tempo. É hoje a festa. Aquela por que anseio há tanto tempo. Sem regras, sem figurantes desejados, sem dress cod imposto. O único objectivo é não vir a ter objectivo algum.
Os porteiros vão fazer asneiras para outro sítio. Todos podem entrar na festa de hoje à noite. Os homens sozinhos ou acompanhados. Mesmo que sejam néscios, liberais ou benfiquistas. Novos ou velhos. Doutores ou sábios. Na diversidade reside o sucesso do evento.
No caso das mulheres, já as coisas não funcionarão exactamente assim. Só podem frequentar a festa as bonitas, ou as inteligentes, ou as do norte ao lado do mar, ou as cultas, ou as seguras de si, ou as inseguras prestes a tornarem-se seguras. Alegres ou a secarem as lágrimas com as costas da mão.
Porquê a diferença no critério de admissão dos homens e das mulheres?
É fácil chegar à resposta: só as mulheres são identificáveis pelas matizes que lhes dão a graça e que os homens nunca atingirão. Os bárbaros são sempre muito iguais.
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