Chegou Setembro e com ele a volta da rotina dos dias de trabalho. Logo de manhãzinha as portas automáticas do escritório num corrupio para deixarem entrar as pessoas. Muitas vezes atarefadas com coisa nenhuma mas a envergarem o rosto sério de quem está preocupado com os assuntos a tratar.
Ao meio dia e meia hora do almoço. A comida feita em casa engolida num ápice. De seguida, o banco do jardim a servir para os trabalhadores descansarem as pernas antes de voltarem ao expediente da tarde.
Entretanto a conversa a fluir indolente.
— Olhe que comigo o vestido chegou rápido. Foi encomendar num dia e no seguinte estava cá.
— Pois eu não tenho sorte nenhuma com as compras na internet. Ainda na semana passada a minha filha comprou uma camisola para oferecer ao namorado que fazia anos e… nada, o rapaz ficou sem prenda.
— Vocês têm a mania que são modernas e depois dá nisto — diz a D. Aida — comprem num hipermercado que é mais rápido e mais barato. Ou então façam como o Sr. Antunes e mandem vir tudo pela Redoute.
O Sr. Antunes não respondeu. Também já eram horas de voltar ao trabalho e, por isso, levantaram-se e começaram a caminhar.
O que eles não sabiam é que a tarde ia ser ocupada com uma inspecção surpresa feita pelos senhores doutores vindos de Lisboa.
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