segunda-feira, 7 de março de 2022

A solidão nos homens e nas mulheres


O mal de se ser D. Juan a vida toda é um dia ficar só. O mesmo se passa, embora de forma menos dramática, com as mulheres que sempre pugnaram pela vida sem compromissos relacionais. 

Os homens não nasceram para estarem sós. A ancestralidade empurrou-os os desde sempre para a formação de um grupo do qual ele é de algum modo responsável. 

E esta é altura em que as leitoras se sentem mais indignadas: “o Dr. Francisco diz isto por comodismo: é altura de calçar as pantufas e regressar ao lar, mas para isso precisa de uma criada para todo o serviço”.

Estão tão enganadas: o amor, tanto dos homens como das mulheres, é a consumação da possibilidade de gostarmos de nós mesmos através do rosto do outro. Ou das mãos. Ou do café que o outro sabe fazer. 

Mas então o amor é egoísmo, pode mesmo classicar-se em situações-limite de narcisismo?!

Vão vivendo. A aprendizagem decorre sem darmos conta disso. 

Uma coisa é certa: não há nada pior do que ver uma biografia na RTP2 e não ter a quem dizer que o indivíduo retratado é um grande estafermo. Como todos os homens e mulheres de quem tanto gostamos.

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