domingo, 13 de março de 2022

O papel da família na guerra da Ucrânia


Um país só o é se tiver um povo que se identifique com ele. Nestas primeiras duas semanas de guerra a Ucrânia deu mostras da consistência daquilo que os une. Fizeram da vontade de resistência um sentimento de todos — velhos, mulheres, crianças, homens-soldado. 

Alguns as armas calaram mas logo outros avançaram para os substituir, quer vivessem nas cidades em conflito ou na invejada Europa.  

Neste esforço todos colaboraram. A família, enquanto núcleo fundamental onde corre o mesmo sangue, deu provas da sua importância nesta guerra. Cada um dos seus elementos desempenhou um papel. Sem qualquer excepção. 

Esta é uma lição que ninguém pode fingir que não viu. É demasiadamente evidente mesmo para aqueles que reclamam tratar-se de um conceito desactualizado e, por isso, negligenciável. 

Neste núcleo de existência nem os gatos ou os cães ficaram de fora. Foram tratados como os homens e as mulheres da família. Andaram milhares de quilómetros em condições inenarráveis, dormiram e comeram da mesma forma que os humanos. 

Mas que grande lição deu o povo ucraniano! Com a arma na mão ou com a força do abraço da mãe ganharam a guerra mesmo que a venham a perder militarmente. 

Aquele miúdo de dois ou três anos que, na estação de comboios, não aceitava a separação do pai vestido com a farda do exército, a quem com a mão pequenina dava sapatadas furiosas no capacete de metal verde, é a imagem de tudo o que nestes malditos quinze dias se tem passado. 

Foto Observador

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